Na escuridão da noite, a floresta ganhava vida. Suas árvores retorcidas pareciam dedos esqueléticos apontando para o céu sem estrelas. Os galhos se entrelaçavam formando um dossel sombrio, e o vento sussurrava segredos antigos entre as folhas secas.
No coração dessa floresta, havia uma árvore do enforcado. Seu tronco era negro como carvão, e suas raízes se estendiam como garras famintas. Dizia-se que, há muitos anos, um homem havia sido enforcado ali por um crime terrível. Seu espírito permanecia preso à árvore, vagando pela noite em busca de vingança.
Os moradores da pequena vila próxima evitavam a floresta a todo custo. Mas havia uma jovem chamada Isabel que não tinha medo. Ela tinha um motivo para se aventurar na escuridão: seu irmão mais novo, Lucas, havia desaparecido há semanas. As buscas foram em vão, e Isabel estava disposta a fazer qualquer coisa para encontrá-lo.
Ela seguiu o caminho tortuoso até a árvore do enforcado. A lua estava escondida atrás das nuvens, e o ar estava pesado com o cheiro de terra úmida. Isabel sentiu os olhos do espírito do enforcado sobre ela, mas não recuou.
“Irmã”, sussurrou uma voz rouca. “Você veio me libertar?”
Isabel olhou para cima e viu a sombra do enforcado pendendo dos galhos. Seus olhos vazios brilharam com uma luz sobrenatural. “Onde está meu irmão?”, perguntou ela com firmeza.
O espírito riu, um som arrepiante que ecoou pela floresta. “Lucas está comigo agora. Ele é meu prisioneiro. Mas posso libertá-lo se você fizer um acordo.”
Isabel engoliu em seco. “Que acordo?”
“Você deve tomar o lugar dele”, disse o espírito. “Será enforcada nesta árvore, e seu irmão será livre.”
Isabel hesitou. Ela amava Lucas, mas o que o espírito estava pedindo era terrível. No entanto, ela não podia abandoná-lo.
“Aceito”, disse ela, com a voz trêmula.
O espírito sorriu e estendeu a mão esquelética. Isabel sentiu uma corda invisível apertando seu pescoço. Ela fechou os olhos e se preparou para a morte.
Mas então, uma voz familiar gritou: “Isabel!”
Era Lucas, correndo em sua direção. O espírito recuou, furioso. “Você não pode escapar, criança!”
Mas Isabel agarrou a mão de Lucas e correu. A árvore do enforcado desapareceu atrás deles, e o espírito uivou de raiva.
Isabel e Lucas nunca mais voltaram àquela floresta. Mas, à noite, quando o vento sussurra e as árvores se contorcem, eles ainda ouvem a voz do espírito do enforcado, prometendo vingança.
Eles sabem que escaparam por pouco. Mas a sombra da árvore permanece em suas mentes, lembrando-os de que o preço da coragem pode ser mais alto do que imaginamos.
Releitura do texto a sombra do enforcado.por IA