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terça-feira, 6 de agosto de 2024

2024,e as águas subiram outra vez

Poucos aínda vivos
Lembram a grande tragédia 
As águas vieram tomando tudo
Os rios e o lago a tudo consumia
O pampa virou mar
Nos idos anos quarenta

Oitenta anos depois
A natureza revoltada
Derrama suas águas do céu 
Outra enchente, enchurrada 
E as águas tomaram conta

Como ladrão na calada da noite
Chegou de surpresa
Pegou os gaúchos dormindo
E aínda descrentes
Deixaram suas casas

Teve muitos teimosos
Descrentes da tragédia 
Por outro gaúchos 
Foram socorridos

O rio grande não se entregou
Não se curvou
Ferido, com fome e com sede
Não se entregou o povo guerreiro 
Foi a luta, e a outros salvou

Vimos a solidariedade, 
Dos irmãos brasileiros,
Dos irmãos de outras querências
Todos gaúchos se tornaram
No âmago de suas essências 

Então as águas recuaram 
Revelando destruição 
Tantas lágrimas derrubadas
O povo estava sem chão 

Demora se a reconstrução 
Mas um povo aguerrido 
Forte aguerrido e bravo
Faz sua revolução 
Com coragem e audácia 
Ergue se nosso braço
Somos fortes, 
somos corajosos,
Somos a força do nosso estado 
Carregamos a força e coragem 
Que carregaram os antepassados 

E assim o rio grande se levanta 

Delonir pereira cavalheiro 
Canoas/rs

terça-feira, 23 de julho de 2024

1941,e as águas subiram

Um dia, tempos passados
As águas subiram
Os rios e o lago
Transbordaram, 
Elevaram-se, além do leito
Ultrapassaram todas as marcas
E os gaúchos, se afogaram
No idos anos de quarenta e um
Os rios revoltados
Deixaram seu leito
Espalhando pelo estado gaúcho 
Pânico e medo
Mas então as águas recuaram
Voltaram seu leito
Mas o gaúcho,  de cuia na mão 
Recusou prostar-se
Lenço maragato ou chimango
Gremista ou colorado
Já não mais importava
Todos eram acima de tudo
Gaúchos de nascimento ou coração 
Pilchados, fardados ou a paisana
Todos uniram-se
Na grande reconstrução 
E o rio grande, novamente levantou-se
O inverno, rigoroso 
Amainou-se
O gaúcho mostrou sua virtude
Honrou o seu hino
Povo aguerrido e forte
Fez-se a união, e a solidariedade 
De braços dados
Reconstruíram a sociedade


Delonir cavalheiro 
Canoas, Rs
Julho 2024

sábado, 20 de julho de 2024

releitura de A sombra do enforcado

.a sombra do enforcadoA Sombra do Enforcado

Na escuridão da noite, a floresta ganhava vida. Suas árvores retorcidas pareciam dedos esqueléticos apontando para o céu sem estrelas. Os galhos se entrelaçavam formando um dossel sombrio, e o vento sussurrava segredos antigos entre as folhas secas.

No coração dessa floresta, havia uma árvore do enforcado. Seu tronco era negro como carvão, e suas raízes se estendiam como garras famintas. Dizia-se que, há muitos anos, um homem havia sido enforcado ali por um crime terrível. Seu espírito permanecia preso à árvore, vagando pela noite em busca de vingança.

Os moradores da pequena vila próxima evitavam a floresta a todo custo. Mas havia uma jovem chamada Isabel que não tinha medo. Ela tinha um motivo para se aventurar na escuridão: seu irmão mais novo, Lucas, havia desaparecido há semanas. As buscas foram em vão, e Isabel estava disposta a fazer qualquer coisa para encontrá-lo.

Ela seguiu o caminho tortuoso até a árvore do enforcado. A lua estava escondida atrás das nuvens, e o ar estava pesado com o cheiro de terra úmida. Isabel sentiu os olhos do espírito do enforcado sobre ela, mas não recuou.

“Irmã”, sussurrou uma voz rouca. “Você veio me libertar?”

Isabel olhou para cima e viu a sombra do enforcado pendendo dos galhos. Seus olhos vazios brilharam com uma luz sobrenatural. “Onde está meu irmão?”, perguntou ela com firmeza.

O espírito riu, um som arrepiante que ecoou pela floresta. “Lucas está comigo agora. Ele é meu prisioneiro. Mas posso libertá-lo se você fizer um acordo.”

Isabel engoliu em seco. “Que acordo?”

“Você deve tomar o lugar dele”, disse o espírito. “Será enforcada nesta árvore, e seu irmão será livre.”

Isabel hesitou. Ela amava Lucas, mas o que o espírito estava pedindo era terrível. No entanto, ela não podia abandoná-lo.

“Aceito”, disse ela, com a voz trêmula.

O espírito sorriu e estendeu a mão esquelética. Isabel sentiu uma corda invisível apertando seu pescoço. Ela fechou os olhos e se preparou para a morte.

Mas então, uma voz familiar gritou: “Isabel!”

Era Lucas, correndo em sua direção. O espírito recuou, furioso. “Você não pode escapar, criança!”

Mas Isabel agarrou a mão de Lucas e correu. A árvore do enforcado desapareceu atrás deles, e o espírito uivou de raiva.

Isabel e Lucas nunca mais voltaram àquela floresta. Mas, à noite, quando o vento sussurra e as árvores se contorcem, eles ainda ouvem a voz do espírito do enforcado, prometendo vingança.

Eles sabem que escaparam por pouco. Mas a sombra da árvore permanece em suas mentes, lembrando-os de que o preço da coragem pode ser mais alto do que imaginamos.



Releitura do texto a sombra do enforcado.por IA